04 novembro 2006

Os infiltrados (The Departed)


Os Infiltrados, um ousado drama policial dirigido por Martin Scorsese, mostra a vida de dois policiais: Colin Sullivan (Matt Damon), inteligente e extremamente ambicioso, parece subir rapidamente na hierarquia da Unidade de Investigações Especiais, elite do Departamento Estadual de Polícia de Massachusetts, cujo principal alvo é o poderoso chefe mafioso irlandês Frank Costello (Jack Nicholson). Billy Costigan (Leonardo DiCaprio), durão e esperto, é conhecido por seu temperamento violento, o que custa a ele o distintivo e o faz voltar para a dureza das ruas de Boston, onde ele é recrutado pelo grupo de Costello. Mas nenhum dos homens é o que parece e, como trabalham com objetivos que se cruzam, acabam mergulhando num perigoso jogo de gato e rato.
A história de Os Infiltrados é baseada no suspense criminal de 2002, originário de Hong Kong, Conflitos Internos, que obteve grande sucesso na Ásia antes de chegar aos Estados Unidos em 2004. Logo se iniciou a versão americana, com roteiro de William Monahan.
"Eu não tinha visto Conflitos Internos e nem queria ver antes de adaptar a história. Trabalhei a partir de uma tradução do roteiro chinês. Havia uma ótima história central e eu poderia criar novos personagens. Adorei a duplicidade dos personagens do filme chinês, mas minha adaptação, tematicamente, trata do engenho da tragédia que se inicia quando as pessoas se afastam do que realmente deveriam fazer na vida", diz o roteirista."Conflitos Internos é um bom exemplo de por que eu gosto do cinema de Hong Kong, mas Os Infiltrados não é uma refilmagem dele. Foi inspirado por Conflitos Internos pela da natureza da história, mas o mundo criado por William Monahan é muito diferente do filme chinês. Quando recebi o roteiro, demorei um pouco para ler, porque comecei a visualizar a ação e a me inteirar da natureza da história e dos personagens. Uma das coisas que me atraiu foi que a descrição dos personagens, bem como a atitude deles em relação ao mundo em que vivem, era descomprometida. Isso me fez ficar interessado em dirigir o filme", comenta Martin Scorsese.
Monahan conta que situou Os Infiltrados num mundo com o qual tem familiaridade. "O projeto chegou numa hora em que eu estava pensando a respeito de Boston, de onde eu vim, sobre as pessoas que eu tinha perdido na vida. Assim, eu me permiti explorar temas que me eram muito pessoais".
Thomas B. Duffy, um veterano com 30 anos na polícia de Massachusetts, foi o consultor técnico do filme e disse que a decisão do roteirista de centrar o filme na batalha entre a polícia e a máfia irlandesa de Boston foi baseada na realidade. "Com certeza, no sul de Boston a máfia irlandesa dominava e controlava o submundo da cidade, pelo menos do início dos anos 1970 até poucos anos. Foi o ápice do mundo do crime naquela região".
Os Infiltrados lida não apenas como o que envolve o submundo irlandês, mas se relaciona à força policial e à corrupção. O ambiente também é completamente diferente, sendo Boston e não Nova York. Embora, com a continuidade do filme, nós tenhamos passado a vê-lo mais como uma história dos Estados Unidos e da corrupção de certos sistemas em nosso país como um todo.
"É uma história de como dois jovens são formados pelas forças em suas vidas: a instituição da polícia e um grupo criminoso chefiado por um homem chamado Frank Costello. Este homem transforma o jovem Colin num pilar da comunidade para que ele possa subir na hierarquia da polícia. Mas, na realidade, ele era o informante de Costello. Ao mesmo tempo, Billy é o material perfeito para ser um espião da polícia, porque ele vem da classe operária de Boston. Ele vai se juntar ao grupo de Costello, mas foi enviado para acabar com eles. É como se Billy e Colin estivessem correndo em pistas paralelas... mas vão acabar em rota de colisão", diz Scorsese.
Martin Scorsese é um cineasta que sabe se adaptar ao tema de seus filmes, à personalidade de seus protagonistas. Ele pode ser delicado e convencional, etéreo e transcendente, perfeccionista e megalomaníaco, mas o melhor Scorsese é impulsivo e sanguíneo, vulgar e profano. A violência é o habitat natural do cinema de Martin Scorsese. Ele se sente mais à vontade nas ruas perigosas do que nos salões fechados. Seus melhores companheiros são os pequenos os pequenos mafiosos, os policiais, cafetões e desajustados em geral. Se “Os infiltrados” representa uma volta por cima na carreira de Scorsese, isso se deve em grande parte ao retorno a esse habitat. Para um cineasta da estatura de Scorsese, o remake de um filme de ação asiático pode parecer um trabalho menor. Grande engano. Primeiro, porque Hong Kong está na vanguarda do cinema policial há alguns anos, como provam os filmes de John Woo (”The killer”) e Johnny To (”Eleição”). Depois, porque Scorsese obviamente não se contentou em transpor a história para a máfia de Boston, mas também encontrou no original os parentescos com seu universo cinematográfico. Nesse sentido, a escolha de “Conflitos internos” não poderia ser mais apropriada. Porque o filme asiático trata de um tema central na obra de Scorsese: o dilema entre lealdade e traição de um homem a seu grupo. Só que a trama multiplica esse conflito por dois, como se o colocasse diante do espelho. E aí reside grande parte da graça de “Os infiltrados”. Mas a maior virtude do cineasta é pegar o exercício puro de ação do filme original e transformá-lo em uma tragédia americana sobre o círculo vicioso, catártico e inútil da violência. O esforço de Scorsese foi recompensado com a consagração dupla de público e crítica nos Estados Unidos. O filme teve a melhor bilheteria de estréia da carreira do cineasta. Isso transformou “Os infiltrados” em um candidato natural ao próximo Oscar, em particular nas categorias filme, diretor e ator (para Nicholson). Scorsese poderá ganhar sua primeira estatueta ou ratificar a condição de grande perdedor da história do prêmio (ele já concorreu e foi derrotado sete vezes).Inicialmente Jack Nicholson recusou a proposta de interpretar Frank Costello em Os Infiltrados, sendo convencido a participar do filme após uma visita do diretor Martin Scorsese e de Leonardo DiCaprio. Segundo Nicholson, a principal razão para ter mudado de idéia é que gostaria de voltar a interpretar um vilão, já que seus últimos filmes haviam sido comédias.
Robert De Niro chegou a assinar contrato para atuar em Os Infiltrados, mas foi obrigado a deixar o projeto posteriormente. Inicialmente seria Gerard McSorley o intérprete de Oliver Queenan, mas ele desistiu do projeto. Martin Scorsese queria realizar as filmagens em Boston, cidade onde a trama de Os Infiltrados acontece. Porém devido a questões políticas e a um desconto de 15% oferecido, grande parte das filmagens foi realizada em Nova York. Ao todo foram 8 semanas de filmagens, sendo 6 em Nova York e 2 em Boston. Como parte de sua pesquisa para o personagem, Matt Damon trabalhou durante algum tempo na estação policial de Massachusetts. Neste período o ator fez rondas policiais e realizou procedimentos típicos do trabalho policial. O orçamento de Os Infiltrados foi de US$ 90 milhões.


Os Infiltrados (The Departed, EUA 2006)
Estréia: 10 de Novembro de 2006
Diretor: Martin Scorsese
Roteirista: William Monahan
Elenco: Leonardo DiCaprio, Matt Damon, Jack Nicholson, Mark Wahlberg, Martin Sheen, Ray Winstone, Vera Farmiga, Anthony Anderson, Alec Baldwin, Gerard McSorley, David O'Hara, James Badge Dale, Kristen Dalton

clique aqui e veja o trailer

Site oficial: OsInfiltrados.com.br (Português)
thedeparted.warnerbros.com (english)
Warner Bros.

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