18 agosto 2006

A casa do lago

Refilmagem do longa coreano de 2000 “Siworae” (conhecido como “Il Mare”), de Lee Hyun-seung, “A Casa do Lago” é um filme interessante, que foge um pouco dos romances que chegam aos cinemas na atualidade. Carregado de emoções, o filme deixa o espectador com uma sensação de alívio e felicidade ao final do mesmo, a pessoa percebe que viu algo ao mesmo tempo bonito e inteligente.
Sentindo que chegou a hora de mudar de vida, a Dra. Kate Forster (Sandra Bullock) deixa Illinois, onde morava numa área afastada e onde completou a residência, para trabalhar num movimentado hospital em Chicago. O que reluta em deixar para trás é a bela casa que alugava — espaçosa e artisticamente desenhada, com janelões que se abrem para um lago. Um lugar em que podia sentir seu verdadeiro eu. É uma manhã de inverno em 2006. Na partida, Kate deixa um bilhete na caixa de correio para o próximo inquilino, pedindo que encaminhe a ela a correspondência e dizendo que as inexplicáveis marcas de patas na porta da frente já estavam lá quando ela se mudou. Quando o novo inquilino chega, vê um quadro bem diferente. Alex Wyler (Keanu Reeves), um arquiteto talentoso e frustrado, que trabalha numa construção próxima, encontra a casa bem maltratada: suja, empoeirada, coberta de ervas daninhas. E sem qualquer sinal de marcas de patas. A casa possui um significado especial para Alex. Em tempos mais felizes, foi construída por seu distante pai (Christopher Plummer), arquiteto renomado que sacrificou a vida familiar em função da profissional. Alex sente-se em paz ali agora e se compromete a devolver à propriedade sua beleza original. Não dá atenção ao bilhete de Kate até que, dias depois, pintando o píer maltratado pelo tempo, vê um cachorro perdido pisar na tinta fresca em direção à entrada da casa, deixando marcas de patas exatamente onde Kate tinha descrito. Intrigado, Alex escreve a Kate, dizendo que a casa estava vazia antes de ele chegar, sem entender como ela poderia saber do cachorro. Kate, que partira uma semana antes, imagina que ele esteja de brincadeira e responde: "Só por curiosidade, que dia é hoje aí? 14 de abril de 2004". "Não", diz ela. "É dia 14 de abril de 2006". O mesmo dia, com dois anos de diferença. Mas isso é possível? À medida que Kate e Alex continuam a se corresponder, eles confirmam que, apesar de isso ser inacreditável, impossível, estão vivendo em anos diferentes... ambos lutando contra decepções do passado e tentando refazer a vida. Unidos por este estranho fato, a cada semana se abrem mais um com o outro – dividem segredos, dúvidas e sonhos, e acabam se apaixonando. Determinados a superar a distância que os separa e finalmente desvendar o mistério por trás dessa relação extraordinária, desafiam o destino marcando um encontro. Mas, ao tentarem unir seus mundos distintos, podem correr o risco de se perderem para sempre.
Essa diferença temporal é o grande diferencial do filme, pois consegue transformar tal trama em algo plausível. É claro que é irreal, mas essa é a beleza do cinema, transportar para as telonas algo além de nossa realidade. O fato de a diferença temporal ser pequena, apenas dois anos, é outro ponto positivo, pois deixa a expectativa de que um dia os dois podem acabar se trombando, sem que fosse necessária uma máquina do tempo.
Passados doze anos desde que trabalharam juntos no clássico “Velocidade Máxima”, Keanu Reeves e Sandra Bullock voltam a trabalharem juntos. Sandra prova que está na melhor fase de sua carreira e, após brilhar no Oscarizado “Crash - No Limite”, é responsável pelas seqüências mais emocionantes de “A Casa do Lago”. Já Keanu foi o responsável pela pior cena de espiro da história do cinema (hauhauhuahua... parece algo estranho de se falar, mas vocês notarão!). A história é muito bonita, apesar de um pouco previsível. O filme é dirigido com competência pelo argentino Alejandro Agresti, em seu primeiro trabalho em língua inglesa.
Curiosidade: o endereço do apartamento da personagem de Sandra Bullock, 1620 Racine, é o mesmo em que morava o personagem de Sean Connery em “Os Intocáveis”.

Site Oficial: www.acasadolago.com.br (Português)
www.thelakehousemovie.com (Inglês)

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